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domingo, 3 de outubro de 2010

Sinopec compra 40% da Repsol no Brasil

Nicola Pamplona e Daniela Milanese, de O Estado de S. Paulo

A petroleira espanhola Repsol anunciou na sexta-feira, 1º, a venda de 40% de sua subsidiária brasileira para a chinesa Sinopec por US$ 7,1 bilhões. Foi a maior aquisição do setor no País e a segunda maior feita por uma petroleira chinesa no mundo.

Em busca de garantia de suprimento futuro de petróleo, a China já acumula investimentos de mais de US$ 10 bilhões no País e desponta como a principal interessada nos ativos da OGX, de Eike Batista.

Segundo a Repsol, os recursos chineses serão aportados na própria Repsol Brasil, em uma espécie de capitalização. A companhia resultante da operação terá capital de US$ 17,8 bilhões e participação em 22 blocos exploratórios e no campo produtor de Albacora Leste, operado pela Petrobrás. As reservas da empresa estão estimadas em 1,7 bilhão de barris, divididos em sete descobertas feitas até agora. A Repsol Brasil é também sócia de campos do pré-sal.

A operação tem por objetivo garantir recursos para desenvolver os projetos, informou a Repsol. A empresa analisava a abertura de capital na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), mas suspendeu os estudos após o acordo com a Sinopec.

Apetite

O valor da operação surpreendeu analistas do mercado financeiro, que projetavam números bem mais modestos, e provocou uma corrida por ações de petroleiras na Europa. "A Sinopec quebrou a banca", comentou Jorge Gonzalez, do Banco Sabadell, em Madri. O Sabadell e o Banco Português de Investimento, por exemplo, trabalhavam com um valor na casa dos US$ 4 bilhões pelos ativos da Repsol.

A diferença pode ser explicada, em parte, pelo apetite chinês por novas fontes de suprimento de petróleo, que vem resultando em várias aquisições no setor. "A precificação dos ativos é subjetiva. Há outros fatores envolvidos", comentou o advogado Ricardo Assaf, do escritório Machado, Meyer, Sendacz e Opice, que assessorou a Sinopec.

"O acesso à oferta de matéria-prima é o principal (para a China)", disse Jason Kenney, do ING, em Londres. O país importa metade do petróleo que consome – é hoje o segundo maior mercado para o petróleo brasileiro, atrás dos Estados Unidos – e as perspectivas são de crescimento da dependência internacional, o que motiva uma ofensiva em busca de reservas.

Nesse sentido, a maior operação já realizada por uma petroleira chinesa foi a compra da Addax Petroleum pela própria Sinopec por US$ 7,2 bilhões em 2009. Em maio deste ano, a Sinochem anunciou a compra de 40% do campo de Peregrino, na Bacia de Campos, junto à norueguesa Statoil por US$ 3,07 bilhões. Sinopec e Cnooc estariam negociando ainda a compra de 30% dos ativos da OGX em Campos.

No Brasil, a Sinopec tem participação em dois blocos exploratórios da Petrobrás na Bacia do Pará-Maranhão.


Fonte: Estadão.com.br

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